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sábado, 23 de maio de 2009

Escultura do Classicismo Grego

A escultura do Classicismo grego tem sido longamente considerada como o ponto mais alto do desenvolvimento da arte escultórica na Grécia Antiga, tornando-se quase um sinônimo para "escultura grega" e eclipsando outros estilos que por lá foram cultivados em sua longa história. O Cânone, um tratado sobre as proporções do corpo humano escrito por Policleto em torno de 450 a.C., é tido geralmente como seu marco inicial, e seu fim é assinalado com a conquista da Grécia pelos macedônios, em 338 a.C., quando a arte grega começa uma grande difusão para o oriente, de lá recebe influências, muda seu caráter e se torna cosmopolita, na fase conhecida como Helenismo.

Nesse intervalo é quando se consolida a tradição do Classicismo grego, tendo o homem como a nova medida do universo, e o reflexo disso na escultura é a primazia absoluta da representação do corpo humano nu. A escultura do Classicismo elaborou uma estética que conjugava valores idealistas com uma fidedigna representação da natureza, evitando, embora, a caracterização excessivamente realista e o retrato de extremos emocionais, mantendo-se geralmente numa atmosfera formal de equilíbrio e harmonia. Mesmo quando os personagens se encontram imersos em cenas de batalha sua expressão parece pouco tocada pela violência dos acontecimentos.

O Classicismo elevou o homem a um nível de dignidade sem precedentes, ao mesmo tempo em que lhe atribuiu a responsabilidade de criar seu próprio destino e ofereceu um modelo de vida harmonioso, num espírito de educação integral para uma cidadania exemplar. Esses valores, junto com sua tradicional associação de Beleza com Virtude, encontraram na escultura do período Clássico, com seu retrato idealizado do ser humano, um veículo particularmente apto para expressão, e um eficiente instrumento de educação cívica e ética, bem como estética. Com ela se inaugurou uma forma de representação do corpo humano que foi um dos fulcros para o nascimento de um ramo filosófico novo, a Estética, além de ter sido o fundamento estilístico de movimentos revivalistas de enorme importância, como o Renascimento e o Neoclassicismo, e permanecer válida até os dias de hoje. Assim, seu impacto sobre a cultura ocidental não pode ser suficientemente enfatizado, sendo uma referência central para o estudo da história da arte do ocidente. Mas além de seu valor histórico, sua qualidade artística intrínseca poucas vezes foi questionada, a vasta maioria dos críticos antigos e modernos a enaltece com veemência, e os museus que a preservam são visitados por milhões de pessoas todos os anos. A escultura do Classicismo grego, embora sendo por vezes alvo de algumas críticas que relacionam suas bases ideológicas a preconceitos raciais, dogmatismos estéticos e outros exclusivismos, ainda pode ter um papel positivo e renovador a desempenhar para a arte e a sociedade contemporâneas.

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